sábado, 20 de setembro de 2008

Testemunhos que nos interpelam

«Agora tornei-me uma pessoa mais confiante, positiva, organizada, divertida, uma melhor mãe… sou uma pessoa diferente, não apenas por causa da prestação em si … vou estudar, pois muito daquilo que seremos no futuro está no estudo e num emprego».


«Estava no lixo, agora tenho um emprego».


«O RSI mudou as nossas vidas principalmente para os meus filhos que continuaram a estudar proporcionando assim um futuro melhor»




in "Rendimento Social de Inserção - 10 anos de Direito", edição especial de Janeiro de 2008 da Revista "CAMINHOS"
(publicação do Instituto de Acção Social dos Açores)

O Rendimento Social de Inserção – pontos de vista diferentes.

Para além de acudir a situações muito graves de carência de recursos, o RSI tem também um impacto potencial sobre a redução da transmissão inter-geracional da pobreza. Com efeito, para além da melhoria das condições de vida dos beneficiários e do reforço da sua auto-estima, criam-se condições para uma melhor formação e acesso a uma profissão e – nunca é demais salientá-lo – para que os filhos possam ter maior sucesso escolar.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

A pobreza entre os trabalhadores

Um correcto entendimento acerca das causas da pobreza é condição necessária para definir as políticas destinadas a combatê-la eficazmente.

A percepção que as sociedades têm acerca desta questão reflecte, muitas vezes, os seus preconceitos: é entre nós a ideia de que entrar no mercado de trabalho, «arranjar» um emprego, ou, mais recentemente, «criar o seu próprio emprego», permite, por si só, sair da pobreza. Pobreza e preguiça aparecem na opinião pública – com demasiada frequência – associadas. É o que demonstram inquéritos à opinião pública efectuados na União Europeia (Eurobarómetro 2006).

No entanto, a recente publicação de um estudo efectuado por uma equipa de investigadores do CESIS-Centro de Estudos para a Intervenção Social (Alfredo Bruto da Costa, coord., Isabel Baptista, Pedro Perista e Paula Carrilho - Ed. Gradiva, 2008) oferece-nos um quadro bem diferente e esclarecedor acerca da composição da população pobre.

Partindo de dados estatísticos de 2004, complementados com um Inquérito Directo do INE aos agregados pobres, lançado em 2006, constata-se que a esmagadora maioria dos pobres (80%) trabalha efectivamente. Encontram-se aí os trabalhadores, por conta de outrem ou por conta própria, os reformados e os/as domésticos/as.
(...) Confirma-se assim que a pobreza em Portugal atinge fortemente a sua população trabalhadora, já que nem todo o trabalho assegura as condições mínimas de uma certa independência económica.